Muitos dizem que a liberdade não existe. Alguns alunos, por exemplo, dizem:
«Como somos livres se somos obrigados a passar longos períodos em salas de aula a aprender matérias que não nos interessam e os nossos pais nos impõem horas para voltar para casa? Como somos livres se não temos dinheiro para comprar uma moto, ou a playstation?»
Ser livre não significa que se pode fazer tudo o que se quer. A liberdade absoluta encerra uma contradição: se a liberdade significasse fazer o que se quer, então os mais fortes seriam livres para tirar a liberdade aos outros. Esta contradição mostra que se devem impor limites à liberdade em nome da própria liberdade.
Mas existem outros limites: estamos limitados pela nossa estrutura física e por isso não podemos voar pelos nossos meios naturais, respirar debaixo de água ou viver para sempre.
Mas apesar de todas as limitações há coisas que podemos fazer e que dependem da nossa vontade.
Por mais manipulados e condicionados que se seja, existe, em geral, a hipótese de podermos agir a partir da nossa própria vontade. Se esta possibilidade existe, por menor que ela seja, a liberdade existe.
Ligado ao problema da liberdade está o da responsabilidade. Ser livre significa que se tem de arcar com a responsabilidade daquilo que se faz. Quando alguém afirma que não é livre o que muitas vezes quer dizer é que não é culpado, atirando assim a responsabilidade para outrem.
Mas a liberdade pode ser pensada de múltiplas maneiras. Há quem a pense de forma exactamente oposta à que acabamos de ver. Existem pessoas que não querem ser promovidos a lugares de chefia porque, dizem, «têm mais responsabilidades». Daí Agostinho da Silva dizer que de certa maneira um capitão é mais livre do que um general. O capitão ao executar as ordens do general está livre das consequências dos seus actos, já que apenas cumpriu ordens.
A liberdade de expressão, é outra forma de liberdade. A história da humanidade está cheia de exemplos de limitação a esta liberdade. Mas a história da humanidade tem sido também a história da luta pela liberdade. Nas sociedades democráticas actuais gozamos de uma liberdade muito maior do que aquela que se viveu no passado.
O monge que se afasta do mundo procura, também ele, um tipo de liberdade. Que liberdade procurará? Do que se quer ele libertar? De que modo é pensada aqui a liberdade?
Obs. Desconheço o Autor
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