domingo, 16 de fevereiro de 2014

A Essência da Existência

ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA

CARÁCTER DA VIDA


Segundo Garcia Morente em Fundamentos da Filosofia, o primeiro carácter que encontramos na vida é o da ocupação. Viver é ocupar-se; viver é fazer; viver é praticar. É um por e tirar das coisa, é um mover-se daqui para ali. Porém, se olharmos com mais atenção, a ocupação com as coisas não é propriamente ocupação, mas preocupação. Preocupamo-nos, primeiramente, com o futuro, que não existe, para depois acabar sendo uma ocupação no presente que existe.

Pelo fato de escolhermos, de termos um propósito, tanto vil como altruísta, nossa vida é não-indiferença. O animal, a pedra e o vegetal estão no mundo, mas são indiferentes. O ser humano não, ele tem que vivenciar a sua vida. A vida se interessa: primeiro, com ser, e segundo, com ser isto ou aquilo; interessa com existir e consistir.

O movimentar-se refere-se ao tempo. Que é o tempo? Santo Agostinho já nos dizia que se não lhe perguntassem saberia o que era, mas quando lhe perguntam já não o sabia mais. Por isso, há que se considerar o tempo cronológico e tempo psicológico. Em se tratando da vida, temos de considerar o tempo psicológico, ou seja, considerar o presente como um "futuro sido". No tempo astronómico, o presente é o resultado do passado. O passado é germe do presente, mas o tempo vital, o tempo existencial em que consiste a vida, é um tempo no qual aquilo que vai ser está antes daquilo que é, aquilo que vai ser traz aquilo que é. O presente é um "sido" do futuro; é um "futuro sido". (1970, p. 308 a 311)

3.2. QUEHACER

A vida foi nos dada, mas não nos foi dada feita. Ela precisa ser construída. Para que possamos construi-la, temos que lhe dar sentido e valor. A moral reveste-se de transcendental importância, pois irá determinar todos os nossos actos. Por isso, a moral não pode ser uma imposição social, mas património inalienável do espírito. O quehacer é luta, é garra, é movimentar-se. O quehacer, que é individual, não pode perder de vista o fim total. Deve estar envolto com a cosmo visão transcendental da própria vida. Saber não é erudição: saber é saber ater-se.

3.3. EU E A CIRCUNSTÂNCIA

Ortega y Gasset diz que o eu não é apenas eu, mas eu e minhas circunstâncias. Para ele a vida não é teoria, mas realidade. A realidadevida é sempre a nossa vida. Embora devamos respeitar a vida dos outros e não que sejamos o mais importante dos mortais, a vida é sempre a nossa vida, porque é através de nossas próprias lentes que conseguimos ver o "eu", o "outro" e o "nós". Assim, faz muita diferença olhar o mundo sem defesas, sem melindres e sem segundas intenções.

Deficiência

Deficiência

 
Quando um ventre se enche de vida, a esperança aflora no Mundo.
Os pais se preparam para receber alguém e se enchem de expectativas: Meu filho será belo, forte, saudável, feliz.
Ninguém pensa em coisas desagradáveis. Quando a criança nasce, contamos os dedinhos, avaliamos cuidadosamente cada centímetro do corpo, em busca da certeza de que tudo está bem.
Mas... E quando o anjo que chega tem as asas quebradas? Quando a criancinha traz os olhos velados, os ouvidos fechados, a voz emudecida?
Cegueira, paralisia, surdez, nanismo, Síndrome de Down. Nunca pensamos que o nosso filho possa ser portador de deficiências desse tipo. Não nos preparamos para isso.
E, por essa razão, choramos lágrimas amargas, certos de que Deus nos esqueceu ou nos castigou.
Enganosa conclusão.
Deus jamais castiga. Nosso Pai Divino, Perfeito e Bom, é todo amor por Seus filhos.
Então: O que aconteceu? Por que aconteceu? Por que comigo?
Essas perguntas, que nos transtornam as almas, muitas vezes permanecem sem resposta.
Mas, acredite que há uma forte razão para que isso tenha ocorrido.
Estamos todos inseridos em uma lei perfeita, que rege nossas vidas, de acordo com nossos atos e nossa capacidade de superação.
Assim, quem recebe uma criança deficiente, deveria fazer novas perguntas: Para que Deus me deu de presente um de Seus filhos, nessa circunstância?
Que tenho eu de tão especial e bom para que Ele me escolhesse para cuidar de um de Seus filhos mais necessitados de proteção e afeto?
Que lições posso tirar dessa experiência?
Sim, não se confia missões importantes a pessoas despreparadas. Para as situações mais delicadas, que exigem dedicação e maturidade, escolhem-se os mais dedicados e maduros.
E você acha que Deus sabe menos do que nós? Claro que não. Ele sabe escolher bem.
Por outro lado, muitas vezes, aquilo que imaginamos ser uma situação infeliz, torna-se um belo desafio. Ou uma oportunidade de renovação.
Basta descobrir a razão porque Deus nos permitiu passar por isso.
Se pensarmos assim, vamos descobrir uma força interior capaz de mover mundos. Uma capacidade de improvisar diante do inesperado.
E essa força será movida pelo amor.
Quem sabe se essa experiência é a que nos fará despertar para a desigualdade do Mundo em que vivemos?
Quem sabe se não é o estímulo que faltava para que olhássemos para os lados e víssemos que precisamos de escolas mais preparadas, de profissionais treinados, de ruas e prédios adequados?
Enfim, com a experiência de um ser amado, portador de deficiência, aprendemos a conviver e a amar muito os que são diferentes de nós.
E mais: descobrimos que a diferença está apenas na aparência, pois a alma é igual à nossa: cheia de sonhos e esperança.
Carente de respeito e, principalmente, de amor verdadeiro.
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Grupo de Divulgação e Esperança