domingo, 27 de outubro de 2013

O Hábito das Lamentações
 
 
O hábito da lamentação e da queixa torna-se, cada vez mais, razão de pessimismo e perturbação.

Caracterizando um comportamento enfermiço, generaliza-se, contagioso, arrastando multidões ao desânimo ou açulando temperamentos rebeldes para a violência, em tentativas infelizes de desviar o curso dos acontecimentos e as circunstâncias que condenam com acrimônia.

Possuindo uma óptica distorcida sobre a realidade, todo aquele que cultiva a queixa sistemática apura a observação exclusivamente direcionada para o lado negativo dos fatos, comprazendo-se em invectivar, apresentando-se como vítima inocente de tudo quanto lhe sucede, sem anotar as inumeráveis faces positivas e concessões que lhe são oferecidas pela Vida, em uma rude forma de ingratidão com suas conseqüências infelizes.

Vivendo o pessimismo, que se deriva da autocomiseração, compraz-se em atormentar-se, passando a atormentar também as criaturas incautas, que se lhe associam, contagiando-os com os miasmas venenosos, assim aumentando o número de deprimidos, torpeadores dos ideais de enobrecimento humano.

Mediante essa atitude mais se agravam os fatos censuráveis, equivocados, quando o correto seria abandonar a crítica derrotista, contribuindo em favor da retificação dos erros, alterando assim o rumo dos sucessos prejudiciais.

De tal maneira se agrava esse comportamento que, tais indivíduos, ao invés de promoverem estímulos à saúde, os seus comentários cingem-se sempre à valorização das doenças.

Detalham o quadro das enfermidades de que se dizem objeto, real ou imaginariamente, cultivando o pessimismo quanto à provável recuperação, não tendo em conta a contribuição da mente saudável agindo sobre os implementos celulares, os delicados mecanismos nervosos, os sutis equipamentos cerebrais que, dessa maneira, lhes sofrem as descargas vibratórias mefíticas.

A conduta pessimista constitui vício grave do Espírito comprometido com a própria consciência.

O fenômeno natural da vida é a saúde. A enfermidade constitui distúrbio da conduta moral, que a alma insculpe nas delicadas tecelagens orgânicas solicitando reparação.

Quando não considerada com o respeito que merece, essa distonia dos fenômenos vitais dá lugar à instalação da doença. Somente quando o campo vibratório do ser humano está em desarmonia, em razão dos referidos fatores profundos, a fauna e a flora microbiana se instalam, produzindo a degenerescência.

A vida avança para a plenitude.

Tudo contribui para o crescimento e a sublimação do ser.

Aspirar por alcançar as cumeadas da evolução é impulso do pensamento; consegui-lo, é resultado do esforço pela ação.

Tendo-se em vista as admiráveis dádivas de Deus ao ser humano, descobre-se que os limites e as dificuldades que surgem pelo caminho são também desafios que devem ser vencidos a esforço pessoal e com satisfação.

A queixa complica o quadro da realização, e o pessimismo é tóxico que termina por vitimar aquele que o cultiva.

Fadado à glória estelar, o Espírito ascende etapa a etapa, trabalhando-se, ora através das conquistas intelecto-morais, noutras vezes vivenciando as experiências dos sofrimentos, que fixam as lições da vida indelevelmente, contribuindo para tentames mais nobres e elevados.

Confiança em Deus, otimismo e alegria de viver, devem ser os recursos valiosos que se pode utilizar para libertar-se dos atávicos comportamentos pessimistas, que devem ser abandonados em favor da auto-realização, da autoplenificação.
 
 
 


PESSIMISMO - ATITUDE DESTRUIDORA
 
 
O planeta, por suas características de atraso ético/moral/espiritual, carrega habitantes intoxicados, podemos dizer que quase a maioria, por um estado mental pessimista. Tal pessimismo origina-se no hábito lastimável da lamentação, do acúmulo de mágoas e de queixas. O somatório leva à vivências e convivências conturbadas.
É, como se pode aquilatar, um comportamento enfermiço, arrastando milhões de pessoas ao desestímulo, insuflando temperamentos voltados à violência e seus sequazes. No fundo, tais criaturas, mesmo que agindo inconscientemente, desejam desviar o curso da vida terrena em seu derredor, insatisfeitas que se acham, com ela, pelo não atendimento aos seus caprichos.
A pessoa que contumazmente reclama, queixa-se, vive insatisfeita, tem uma visão distorcida da realidade existencial, desconhecendo, como não poderia deixar de ser, o papel desempenhado pela vida espiritual em nossas reencarnações que são intercaladas pelas necessárias vidas na matéria.
Em geral, o tipo de pessoa aqui analisada apresenta-se como vítima inocente de tudo quanto lhe acontece, porque não cogita, nem de leve, sobre reencarnação, lei de causa e efeito, evolução espiritual, influência dos espíritos, bons e menos bons, em nossas vidas e outras questões doutrinárias do Espiritismo. Ignora as fases positivas e as concessões que lhes são ofertadas pela Vida, adotando uma forma de ingratidão que sempre acarreta conseqüências infelizes.
Os ideais de enobrecimento humano são torpedeados pelas pessoas alimentadas mentalmente de pessimismo, o qual se deriva da autocomiseração. Atormentam-se os pessimistas e passam também a atormentar as criaturas desprevenidas, assim aumentando o número de deprimidos que recorrem às clínicas psiquiatras em busca de solução para o que elas mesmas criaram, invigilantemente.
Tudo deve convergir em favor da retificação dos erros nas suas mais variadas formas de manifestação. Com a adoção deste procedimento saneador, costuma a pessoa, interessada pela sua reforma interior, a ter que enfrentar obstáculos revestidos aparentemente de intransponibilidade. É justamente aí que a atuação pessimista se mostra mais numerosa e ativa. Os fracassos se agravam, o desânimo impera e a crítica destrutiva transparece preponderantemente.
Com o pessimismo e o hábito da crítica destrutiva, não há o favorecimento de estímulos à saúde, ao bem-estar psico-físico, mas sim do incentivo à valorização das doenças.
A recuperação das patologias diminuem por haver ignorância quanto à ação benfazeja da mente saudável sobre os implementos celulares, estes que são os delicados mecanismos dos nervos, os quais agem nos sutis equipamentos cerebrais onde operam os neurônios. Estes sofrem, desta maneira as descargas vibratórias desequilibradas, e verdadeiros curtos circuitos são estabelecidos.
Diz o Espírito Joanna de Ângelis que "A conduta pessimista constitui vício grave do Espírito comprometido com a própria consciência". Torna-se necessária, como se percebe, uma mudança radical no estilo de comportamento mental. Um salto de um extremo a outro, do pessimismo para o otimismo.
A saúde física e mental se constitui num estado natural da vida, o que parece o contrário no nosso mundo, quando as enfermidades se alastram de forma impressionante e vão se mostrando como resultados de distúrbios morais que a alma invigilante e ignorante costuma insculpir nas delicadas organizações celulares, exigindo imediata reparação para que a doença não chegue a um estado irreversível.
Sem a higienização, a assepsia da mente, esta distonia que ocorre propicia a instalação das doenças de etiologias as mais variadas. Somente através da harmonização geral do seu campo energético o ser humano desfrutará saudavelmente da vida. Sem isto, a flora e a  fauna microbiana se instalam e proliferam por encontrarem campo propício, ideal para suas operações destruidoras, as quais levam à produção das degenerações celulares.
O ser humano caminha, vai em frente, mesmo sem ter uma noção mais exata do fenômeno que o leva ao crescimento intelecto-moral, à plenitude, à sublimação.
Os degraus evolutivos são granjeados pelo esforço despendido na ação do Bem, o que faz com que o ser reconheça o seu auto-valor, que atinja outros patamares evolutivos e alcance, por fim, as cumeadas da evolução.
A vida, na sua essencialidade, é alicerçada em desafios permanentes, habituamo-nos a conceituar, sendo que nossos limites e dificuldades, que vão surgindo pelo caminho para serem vencidos, estão em nosso mundo íntimo, nos atavismos e reminiscências menos felizes, e não no mundo exterior. Transformam-se, assim, em excelentes aguilhões que nos projetam longe, fazendo com que descortinemos uma outra visão da existência na carne e fora dela, tudo isso graças às admiráveis dádivas recebidas de Deus para o nosso tentame finalista da Vida - a perfeição.
Se queremos complicar ainda mais o quadro de realizações enobrecedoras, comecemos por nos queixar e reclamar de tudo e de todos, e o pessimismo, tóxico letal de nossas nobres realizações, assumirá o papel de carrasco de nossos anelos superiores, vitimando-nos sem piedade.
As etapas da evolução são vencidas, pouco a pouco, ora trabalhando-se a nossa condição intelecto-moral, outras vezes vivenciando as experiências mais doridas, estas que mais nos fixam às preciosas lições da vida, de forma indelével, desta forma nos capacitando pata tentames mais auspiciosos e elevados.
Valiosos são os recursos em disponibilidade para o triunfo: otimismo, alegria de viver, bom humor, simpatia e confiança em Deus, em Sua providência e também na Espiritualidade Superior. Com estes trunfos morando em nosso mundo interior, haveremos de nos libertar dos atávicos pensamentos pessimistas, os quais precisam, devem ser abandonados em favor da auto-realização, da auto-plenificação..

ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista.
Autor dos livros: Ser, Crer e Crescer - Elucidações Para uma Vida Melhor;

Diálogo com Deus - Preces de MEIMEI
e Verdades que o tempo não apaga,
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 9 de março de 2013

Porquê estudar filosofia?


A vida examinada:

Uma razão importante para estudar filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. A maior pate das pessoas, num ou noutro momento da sua vida, já se interrogou a respeito de questões filosóficas.

Por que estamos aqui?
Há alguma demonstração da existência de Deus?
As nossas vidas têm algum propósito?
O que faz com que algumas acções sejam moralmente boas ou más?
Poderemos alguma vez ter ustificação para violar a lei?
Poderá a nossa vida ser apenas um sonho?
É a mente diferente do corpo, ou seremos apenas seres físicos? Como progride a ciência?
 O que é a arte?

 E assim por diante.
A maior parte das pessoas que estudam filosofia acha importante que cada um de nós examine estas qestões.
Alguns até defendem que não vale a pena viver sem a examinar. Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual esta se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão.
  
Podemos justificadamente confiar nos travões, na direcção e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficientemente bem até agora; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: Os travões podem er uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisamos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos; mas, até os termos examinados, não podemos ter a certeza disso.

Contudo, mesmo que não duvidemos seriamente da solidez dos princípios em que baseamos a nossa vida, podemos estar a empobrecê-la, ao recusarmo-nos a usar a nossa capacidade de pensar. Muitas pessoas acham que dá demasiado trabalho ou que é excssivamente inquietante colocar este tipo de questões fudamentais: podem sentir-se satisfeitos e confortáveis com os seus preconceitos. Mas há pessoas que têm um forte desejo de encontrar respostas a questões filosóficas que representem um desafio.

Nigel Warburton - Elementos Básicos de Filosofia, ed. gradiva, Lisboa, 2.ª edição.
A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Pitágoras de Samos teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. “Quem quiser ser filósofo necessitara infantilizar-se, transformar-se em menino”. (M. Garcia Morente).


Somos Livres ou Determinados ?

Muitos dizem que a liberdade não existe. Alguns alunos, por exemplo, dizem:

 «Como somos livres se somos obrigados a passar longos períodos em salas de aula a aprender matérias que não nos interessam e os nossos pais nos impõem horas para voltar para casa? Como somos livres se não temos dinheiro para comprar uma moto, ou a playstation?»

Ser livre não significa que se pode fazer tudo o que se quer. A liberdade absoluta encerra uma contradição: se a liberdade significasse fazer o que se quer, então os mais fortes seriam livres para tirar a liberdade aos outros. Esta contradição mostra que se devem impor limites à liberdade em nome da própria liberdade.

Mas existem outros limites: estamos limitados pela nossa estrutura física e por isso não podemos voar pelos nossos meios naturais, respirar debaixo de água ou viver para sempre.

Mas apesar de todas as limitações há coisas que podemos fazer e que dependem da nossa vontade.

 

Por mais manipulados e condicionados que se seja, existe, em geral, a hipótese de podermos agir a partir da nossa própria vontade. Se esta possibilidade existe, por menor que ela seja, a liberdade existe.

Ligado ao problema da liberdade está o da responsabilidade. Ser livre significa que se tem de arcar com a responsabilidade daquilo que se faz. Quando alguém afirma que não é livre o que muitas vezes quer dizer é que não é culpado, atirando assim a responsabilidade para outrem.

Mas a liberdade pode ser pensada de múltiplas maneiras. Há quem a pense de forma exactamente oposta à que acabamos de ver. Existem pessoas que não querem ser promovidos a lugares de chefia porque, dizem, «têm mais responsabilidades». Daí Agostinho da Silva dizer que de certa maneira um capitão é mais livre do que um general. O capitão ao executar as ordens do general está livre das consequências dos seus actos, já que apenas cumpriu ordens.

A liberdade de expressão, é outra forma de liberdade. A história da humanidade está cheia de exemplos de limitação a esta liberdade. Mas a história da humanidade tem sido também a história da luta pela liberdade. Nas sociedades democráticas actuais gozamos de uma liberdade muito maior do que aquela que se viveu no passado.

O monge que se afasta do mundo procura, também ele, um tipo de liberdade. Que liberdade procurará? Do que se quer ele libertar? De que modo é pensada aqui a liberdade?

Obs. Desconheço o Autor