sábado, 9 de março de 2013

Porquê estudar filosofia?


A vida examinada:

Uma razão importante para estudar filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. A maior pate das pessoas, num ou noutro momento da sua vida, já se interrogou a respeito de questões filosóficas.

Por que estamos aqui?
Há alguma demonstração da existência de Deus?
As nossas vidas têm algum propósito?
O que faz com que algumas acções sejam moralmente boas ou más?
Poderemos alguma vez ter ustificação para violar a lei?
Poderá a nossa vida ser apenas um sonho?
É a mente diferente do corpo, ou seremos apenas seres físicos? Como progride a ciência?
 O que é a arte?

 E assim por diante.
A maior parte das pessoas que estudam filosofia acha importante que cada um de nós examine estas qestões.
Alguns até defendem que não vale a pena viver sem a examinar. Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual esta se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão.
  
Podemos justificadamente confiar nos travões, na direcção e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficientemente bem até agora; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: Os travões podem er uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisamos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos; mas, até os termos examinados, não podemos ter a certeza disso.

Contudo, mesmo que não duvidemos seriamente da solidez dos princípios em que baseamos a nossa vida, podemos estar a empobrecê-la, ao recusarmo-nos a usar a nossa capacidade de pensar. Muitas pessoas acham que dá demasiado trabalho ou que é excssivamente inquietante colocar este tipo de questões fudamentais: podem sentir-se satisfeitos e confortáveis com os seus preconceitos. Mas há pessoas que têm um forte desejo de encontrar respostas a questões filosóficas que representem um desafio.

Nigel Warburton - Elementos Básicos de Filosofia, ed. gradiva, Lisboa, 2.ª edição.
A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Pitágoras de Samos teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. “Quem quiser ser filósofo necessitara infantilizar-se, transformar-se em menino”. (M. Garcia Morente).


Somos Livres ou Determinados ?

Muitos dizem que a liberdade não existe. Alguns alunos, por exemplo, dizem:

 «Como somos livres se somos obrigados a passar longos períodos em salas de aula a aprender matérias que não nos interessam e os nossos pais nos impõem horas para voltar para casa? Como somos livres se não temos dinheiro para comprar uma moto, ou a playstation?»

Ser livre não significa que se pode fazer tudo o que se quer. A liberdade absoluta encerra uma contradição: se a liberdade significasse fazer o que se quer, então os mais fortes seriam livres para tirar a liberdade aos outros. Esta contradição mostra que se devem impor limites à liberdade em nome da própria liberdade.

Mas existem outros limites: estamos limitados pela nossa estrutura física e por isso não podemos voar pelos nossos meios naturais, respirar debaixo de água ou viver para sempre.

Mas apesar de todas as limitações há coisas que podemos fazer e que dependem da nossa vontade.

 

Por mais manipulados e condicionados que se seja, existe, em geral, a hipótese de podermos agir a partir da nossa própria vontade. Se esta possibilidade existe, por menor que ela seja, a liberdade existe.

Ligado ao problema da liberdade está o da responsabilidade. Ser livre significa que se tem de arcar com a responsabilidade daquilo que se faz. Quando alguém afirma que não é livre o que muitas vezes quer dizer é que não é culpado, atirando assim a responsabilidade para outrem.

Mas a liberdade pode ser pensada de múltiplas maneiras. Há quem a pense de forma exactamente oposta à que acabamos de ver. Existem pessoas que não querem ser promovidos a lugares de chefia porque, dizem, «têm mais responsabilidades». Daí Agostinho da Silva dizer que de certa maneira um capitão é mais livre do que um general. O capitão ao executar as ordens do general está livre das consequências dos seus actos, já que apenas cumpriu ordens.

A liberdade de expressão, é outra forma de liberdade. A história da humanidade está cheia de exemplos de limitação a esta liberdade. Mas a história da humanidade tem sido também a história da luta pela liberdade. Nas sociedades democráticas actuais gozamos de uma liberdade muito maior do que aquela que se viveu no passado.

O monge que se afasta do mundo procura, também ele, um tipo de liberdade. Que liberdade procurará? Do que se quer ele libertar? De que modo é pensada aqui a liberdade?

Obs. Desconheço o Autor