A vida examinada:
Uma razão importante para estudar filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. A maior pate das pessoas, num ou noutro momento da sua vida, já se interrogou a respeito de questões filosóficas.
Por que estamos aqui?
Há alguma demonstração da existência de Deus?
As nossas vidas têm algum propósito?
O que faz com que algumas acções sejam moralmente boas ou más?
Poderemos alguma vez ter ustificação para violar a lei?
Poderá a nossa vida ser apenas um sonho?
É a mente diferente do corpo, ou seremos apenas seres físicos? Como progride a ciência?
O que é a arte?
E assim por diante.
A maior parte das pessoas que estudam filosofia acha importante que cada um de nós examine estas qestões.
A maior parte das pessoas que estudam filosofia acha importante que cada um de nós examine estas qestões.
Alguns até defendem que não vale a pena viver sem a examinar. Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual esta se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão.
Podemos justificadamente confiar nos travões, na direcção e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficientemente bem até agora; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: Os travões podem er uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisamos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos; mas, até os termos examinados, não podemos ter a certeza disso.
Contudo, mesmo que não duvidemos seriamente da solidez dos princípios em que baseamos a nossa vida, podemos estar a empobrecê-la, ao recusarmo-nos a usar a nossa capacidade de pensar. Muitas pessoas acham que dá demasiado trabalho ou que é excssivamente inquietante colocar este tipo de questões fudamentais: podem sentir-se satisfeitos e confortáveis com os seus preconceitos. Mas há pessoas que têm um forte desejo de encontrar respostas a questões filosóficas que representem um desafio.
Nigel Warburton - Elementos Básicos de Filosofia, ed. gradiva, Lisboa, 2.ª edição.
A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Pitágoras de Samos teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. “Quem quiser ser filósofo necessitara infantilizar-se, transformar-se em menino”. (M. Garcia Morente).
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